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1ª Conferência da ONU no Colégio São Paulo de Aracaju/SE


Em meio ao clima de tensão entre os delegados que em sua maioria estão inaugurando na área diplomática, o 1º encontro oficial da Conferência deu espaço para uma palestra motivadora da internacionalista Analice Martinsson e vários depoimentos emocionantes do secretariado dos comitês.





BRASIL - Oficialmente iniciada a histórica Conferência da ONU realizada pelo Colégio São Paulo,a noite de sexta-feira (18) foi significativa para jovens de alguns estados do Brasil. O evento iniciou com o Hino Nacional sendo tocado no violino por Nathalya e com os comprimentos do Diretor Geraldo colégio, Carlinhos Machado, que em meio as saudações de boas vindas já propôs o tom acolhedor do evento ao direcionar elogios para a Secretária Geral e ex-aluna, Theresa de Oliveira, que posteriormente, foi também contemplada pelas palavras do Diretor Pedagógico, Philipe Freire.


Philipe em suas primeiras palavras fez questão de agradecer a presença dos delegados e deixou claro seu orgulho em ver diversos jovens aceitando a “oportunidade da vida”. Prosseguiu esclarecendo que a arte da diplomacia não é só para quem se identifica com a área de humanas e comentou sobre a importância do diálogo para resolução de conflitos. O diretor terminou o discurso esperançoso: “O mundo precisa de vocês.”



Em seguida, a ilustre Analice Martinsson,

atuante no sistema ONU, discorreu sobre as carreiras e as portas que se abrem ao ter esse interesse de discutir, debater e

solucionar questões sociais. Ainda que seja uma causa do mundo inteiro, Analice, lamenta que o Brasil, sendo um dos principais países contribuintes para a realização da ONU e um peso geopolítico enorme, tenha tão poucos representantes trabalhando na organização intergovernamental; um total de 850 pessoas em mais de 115.000 funcionários, ou seja, 0,7%. Atualmente, é de interesse da ONU aumentar a participação de países para alcançar um

equilíbrio internacional.


Carreiras


A especialista em carreiras, contou que descobriu que era possível trabalhar na ONU depois de já formada, fazer um estágio em Nova York. Programa de voluntários, estagiários e trainees são algumas possibilidades interessantes para quem deseja começar. Vale lembrar que muitos possuem bolsas e salários, por exemplo, o programa da UNICEF, que teve inscrições abertas recentemente, oferece U$1.700 dólares para os voluntários trabalharem remotamente, na cotação, passa de R$8.000 reais. Não deixou de falar das barreiras que dificultam o acesso a essas informações, como, o conhecimento da língua inglesa e os diferentes canais de divulgação.


Insistiu: “Estudem inglês, busquem essas oportunidades, comecem agora, quanto mais cedo elevar a carreira, mais sucesso. Eu gostaria de ter tido acesso a essas informações antes, que eu poderia trabalhar na ONU, ter um salário incrível, oportunidades de viagem e oportunidade de influenciar em decisões globais, quando eu estava iniciando meu curso superior.” Ainda assim, afirmou que nunca é tarde para começar.


Filha de pais professores e morando atualmente na Suécia, relembrou que começou no Youtube, em 2016, falando sobre relações internacionais e hoje tendo conquistado carreira internacional garante que foi graças à educação.


Discursos


No último momento da noite, versos bonitos foram recitados pelos secretários responsáveis pelos comitês da Conferência da ONU, dentre eles, teve os mais marcantes e inspiradores:


A primeira voz foi da secretária geral, Theresa, que eufórica e emocionada, abraçou sua história de diplomacia começada a mais de 100 semanas atrás como delegada e discursou:


“...Foram quase 15 simulações até chegar ao prêmio de Melhor Delegada naquele imenso comitê online da simulação de Yale, e na menção honrosa na simulação de Harvard. Foi ele que me conferiu este malhete. O martelo com o qual eu prometi a mim mesma abrir a primeira simulação na qual eu fosse secretária-geral. O martelo que me empoderou e mais uma vez, abriu meus olhos através da diplomacia, da educação, e da política. O martelo que hoje, eu orgulhosamente seguro e esperançosamente lhes mostro… É com mesmo brilho nos olhos que eu senti ao segurar o meu destino nas mãos que eu declaro aberta a CSP ONU.” - clamou batendo o malhete.


Julia Cunha, secretária do comitê Congresso de Viena, achou justa começar falando de amor e fazendo uso de uma citação do livro O Pequeno Príncipe encerrou:


“É curioso como todos nós aqui somos brasileiros, dominamos essa língua tão linda que é o português, a melhor língua do mundo, eu diria, pra falar de amor, a que guarda a palavra saudade, e ainda assim é tão difícil colocar em palavras a mudança que as simulações fizeram na minha vida… “aqueles que passam por nós, não vão só, não nos deixam sós, deixam um pouco de si, levam um pouco de nós.” Espero que eu consiga deixar o meu melhor em vocês! ”.


Seguindo para o término, foi a vez de Maria Fernanda, secretária do Conselho Económico e Social das Nações Unidas, com sua visão pragmática, usou suas palavras para escancarar o outro lado da moeda:


“Eu quero que a minha fala hoje foque no poder que os senhores e senhoras delegadas têm em mãos como representantes da sua respectiva nação. Esse trabalho deve ser levado a sério. As propostas que possam parecer engraçadas ou chamativas podem afetar a vida de milhares de pessoas, não esqueçam disso. “Quando pessoas viram coisas, cabeças viram degraus”. Lembrem da importância de transformar pessoas em pessoas, não apenas em números. Às vezes esquecemos que esse simples olhar pode mudar o mundo ou de uma forma mais palpável, o seu desempenho na conferência...O que fazemos aqui pode não se converter em políticas públicas reais, decisões que irão parar com a poluição, resolver a questão de refugiados ou trazer soluções para grandes problemas da humanidade. Mas nós mudamos a nós mesmos. E eu acredito que esse é um bom lugar para começarmos. ”


O diretor pedagógico, com bom humor, retornou com a última exposição oral: “A decisão mais difícil vocês já tomaram, estar aqui, agora é surfar na onda, queridos!”.


Depoimentos


Posterior a abertura, a delegada Maria Clara, representante do Brasil no comitê Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), deu uma exclusiva para o jornal O GLOBO: “Achei incrível e necessária essa abertura, ela me fez perceber que eu não errei na minha escolha de participar da simulação, até porque as oportunidades vêm e vão e nem sempre a aproveitamos, e que de alguma forma eu estou fazendo a diferença na minha geração. Eu, particularmente, estou extremamente ansiosa para amanhã e espero que eu me divirta muito e cresça como ser humano, porque o mundo precisa de pessoas boas, pessoas que se interessem por aprender mais e mais e pessoas com princípios, ideais e valores. Além disso, eu acredito muito que se colocar no lugar do outro e consequentemente, sair do individualismo, com certeza vai ser uma das maiores lições que eu vou levar comigo para minha vida. Eu sou muito grata por ter tido essa oportunidade e especialmente por ter aceitado.” Maria Clara está otimista quanto à sua 1ª conferência.


E começando os trabalhos, o delegado Pedro Carvalho, representante da Rússia no comitê Organização Mundial da Saúde (OMS), não hesitou em dizer que apesar de não ter criado alianças ainda, pensa no Brasil como primeira opção.


Está representando o Brasil na OMS a delegada Fernanda Heberle, que afirmou iniciar a primeira sessão aliada a três nações.


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